terça-feira, 12 de janeiro de 2010

A semente do nascer..


  • Encavalitado na ombreira
  • os dias passam pela mão
  • e no vale da pasmaceira
  • vou sonhando sonhos em vão
  • O bugalho que vou mastigar
  • de tão rude seu nascer
  • o infeliz padece em amedrontar
  • mas na açorda vai-se perder
  • A minha avó dizia que o catalão
  • nos vinha buscar
  • e devorava a sopa do caldeirão
  • com medo de um dia me afastar
  • E mais tarde afastei-me da terra
  • com medo de estar e pertencer
  • mas a saudade nunca enterra
  • a semente que nos viu nascer
  • A zorra uiva aos montes
  • a companhia do infeliz
  • e de todas as frontes
  • as veredas da meretriz
  • Do barro e da cal
  • segui os soldados
  • a espera deu-me o sal
  • fui ruaz e subi os valados
  • E neste velho Oeste
  • de trapaceiros e agiotas
  • tudo o que de bom fizeste
  • não passam de simples anedotas
  • Autor: The Ugly

2 comentários:

Migas-o-Sapo disse...

Mas que rasgos de genialidade estes, ein? Fiquei estúpido de facto! Muitos parabéns e que a caca esteja contigo!

Migas-o-Sapo disse...

Colega, dá uma vista de olhos no Pombocaca, há uma iniciativa legislativa de cidadãos para revogar o «Acordo» Ortográfico!