- era a minha sombra afinal
- o que ela queria
- no alto do seu pedestal?
- Pretendia uma vitória
- a humilhação do derrotado
- emergir em glória
- na figura do seu bailado
- Atravessei a ponte
- abdicando de olhar
- vi um peixe na fonte
- nunca conheceu outro lugar
- Serei um peixe dourado
- preso ao fino anzol
- que espera o destino marcado
- no desabrochar do girassol
- E os doces carreiros
- onde ninguém já pisa
- são vasos sem canteiros
- desenhos de velha camisa
- As pedras em pó
- são histórias no átrio
- tão certo mas só
- pobre latão de pátio
- As pequenas partículas
- de que somos compostos
- tornam ridículas
- todos os grandes desgostos
- Não fiques entusiasmado
- meu caro sonhador
- todo o amor fracassado
- é a lição do ganhador
- Grande é o erro
- enorme será a lição
- não faças já o enterro
- que ainda há perdão
- Sou um proclamador
- de quadras mal elaboradas
- mas digo com fervor
- as justiças consagradas
- Autor: The Ugly
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
A minha sombra...
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
Esse desejo colossal...
- Abri um volume
- e li por inteiro
- um capitulo ao lume
- que ardeu primeiro
- Oceano austral
- disperso ardor
- é divinal
- o seu esplendor
- O gelo derretia
- e ao bater no chão
- o sarcófago abria
- no céu a mais bela visão
- E no soalho a suster
- uma acústica divinal
- a fluorescência do saber
- desse desejo colossal
- Autor: The Ugly
O Balão...
- O balão encheu e implodiu
- e misteriosamente ganhou alegria
- no torax existe um vazio
- logo ele que a ninguém seduzia
- E as pegadas que ficam atrás
- enchem-se de satisfação
- o destino mudarás
- vivendo o dia de então
- E na cheia de aluvião
- resisti sem vergar
- firme na convicção
- que até mim vinhas desaguar
- Inconscientemente poético
- foi chamar-te amor
- do teu polo magnético
- recompus-me do fervor
- Aclarei a garganta
- e mandei-te amar
- a densidade que canta
- da melodia a soletrar
- Preocupado vivia o infeliz
- e num segundo de misericórdia
- reconciliou-se da actriz
- pra se erguer orgulhosa a concórdia
- A água vagarosa descia
- esperando o dia não acabar
- nele todo o mundo cabia
- encantado por finalmente acreditar
- Autor: The Ugly
sábado, 14 de fevereiro de 2009
O tempo perde-se na calma...
- deixei ficar a minha alma
- na tarde que se some
- o tempo perde-se na calma
- Imaginei três sonhos
- em nenhum deles vivi
- na flor dos medronhos
- fui apunhalado e sorri
- Não é tarifável
- a minha solidão
- entusiasmo responsável
- na culpada aversão
- Comungo do mesmo afecto
- da demagogia do preconceito
- um repugnante objecto
- no fundo do leito
- Já me cansei de pensar
- e de roer entulho
- gritei pra não calar
- a pureza do gorgulho
- Autor: The Ugly
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
Roubar se não dei....
A morte ali rondava
nas portas da rendição
nos livros não constava
as adivinhas da ilusão
As minhas peças
curtas e sem guião
são as esferas dessas
que mordem a podridão
As grandes diferenças
são os meus vocábulos
as questões e crenças
das metáforas e acetábulos
A felicidade do mal amado
é viver com a desgraça
só e mal calçado
a vida é uma chalaça
A sátira mordaz
escrita a carvão
seguro foi o rapaz
partido o seu coração
Ali se perdeu a chama
e pela mão que dedilha
foi feita a sua cama
na sentença da cartilha
Gritou pela morte
que demorou a chegar
a hiena ri da sorte
do seu fácil jantar
As histórias cruzam-se
em labirinticas criações
os tempos mudam-se
assombrando as estações
E pela boca morreu
a verdade da fábula
moral do plebeu
narrado pelo cábula
Um qualquer inculto
rege-se pela lei
ao rico é insulto
roubar se não dei
Autor: The Ugly
domingo, 8 de fevereiro de 2009
Old Times...
- Eu vi no velho a dor
- e a criança que ria
- esqueci o eco do tambor
- que ao longe se perdia
- Quis a chuva não parar
- e o rio transbordou
- quis para sempre te amar
- e do sonho acordou
- Andava sem rumo
- perdido na amargura
- cego pelo fumo
- da hipócrita candura
- Fui amigo e conselheiro
- com uma má mão
- fui amigo por inteiro
- mesmo na negação
- Os tempos são duros
- mesmo para os loucos
- dos seres impuros
- o julgamento dos poucos
- Tento não me afundar
- e vivo entre o céu e a terra
- faço por não reparar
- o que o coração encerra
- Nos baixios do desejo
- senti a ruim crueldade
- contra moinhos pelejo
- rindo da falsidade
- Autor: The Ugly
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
Os adornos singelos...
- Guardei memórias
- de tempos passados
- são boas histórias
- de passos mal contados
- Os dias sem destino
- a ruminar poemas
- um sonho divino
- preso nas algemas
- Um dia de cada vez
- e de pedais ao vento
- os sóis que queimam a tez
- vi-me morto ao relento
- Uma terra de pó e lacraus
- desafiando a irrisória morte
- rastejo por pedras e calhaus
- sobejo o diabo da sorte
- A viúva chora o defunto
- e o dia nasce da noite
- do sangue fecunto
- de longe sinto o açoite
- E nas colinas
- voltei a nascer
- a empatia das ruinas
- de voltar e volver
- As lágrimas que perdi
- edificaram castelos
- nas páginas escrevi
- os adornos singelos
- Autor: The Ugly
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