- Aquele que ali dorme
- sangra até morrer
- uma alma disforme
- sem fome de viver
- Debaixo da ponte
- balança a guilhotina
- e jorra uma fonte
- a golpes de má sina
- Vendeu o corpo mas não a alma
- e no fundo sofreu
- há uma ferida que não cala
- mas nenhuma prescreveu
- E quem sou eu
- tudo o que tenho é zero
- iludido por Baco e Orfeu
- na face as cicatrizes que não quero
- Autor: The Ugly
terça-feira, 29 de setembro de 2009
Estrada para a perdição!!
O pescador...
- Ele há muito tempo atrás
- num país em ebolição
- nasceu um dócil rapaz
- na bandeja o seu coração
- Nasceu sem ser esperado
- e em tempos de morte
- um ser mal amado
- sem um pingo de sorte
- Ausente amor e paternidade
- foi largado ao seu destino
- negligente a autoridade
- sentenciando o menino
- Largado numa escada
- envolto num roto manto
- até a morte foi obrigada
- a romper em pranto
- Mas por cega a sorte
- o seu agoiro foi adiado
- atrasou-se a morte
- pra o bem consagrado
- Os corvos guinchavam
- num manjar de morbidez
- a carne tenra desejavam
- num espectáculo de languidez
- E as trevas absolutas
- deram lugar à auróra
- e mostrou às astutas
- a luz que Deus adora
- Era um andarilho
- cavaleiro andante
- sem a formusura e brilho
- desses de nome sonante
- Só lutou usando palavras
- as parábolas na convicção
- e as setas que lhe cravas
- não corrompe a moral lição
- Mendigou pelo pouco
- e não há nada mais feliz
- de que o sonho de um louco
- nascer na ardósia a giz
- Mas os juizes da sociedade
- ditaram a sua sentença
- reclusão para a eternidade
- onde o diabo tem presença
- E nos últimos raios de sol
- viu o dia desaparecer
- veio a morte com o anzol
- e o diabo pro que der e vier
- As promessas jorravam
- e o cínico sorria
- as almas já cantavam
- por mais um que padecia
- E nesta terra de cegos
- quem tem olhos é rei
- todos rezam os credos
- mas os de bom nome salvei
- Ali no cimo do monte
- bebeu e multiplicou
- e a todos quer que se conte
- que morreu mas muitos salvou
- Autor. The Ugly
terça-feira, 22 de setembro de 2009
Levantei os meus olhos para te ver passar
Estes olhos que só vêem o chão
Cego de amor vi-te chorar
E a voz que não sai desta prisão
Fiz-me forte e enchi o peito
A coragem de um leão
Dirigi-me ao teu leito
E logo veio a desilusão
Imaginamos o sucesso
Escrito na pena da imaginação
Tu logo puseste de regresso
O sonho deste pobre refrão
Tão depressa acende-se a luz
Como caímos no desamor
Num ápice um sorriso seduz
Como provoca desilusão e dor
Julgamos nunca conhecer o amor
Mas o amor tem muitas formas
Misturam-se sentimentos alterando o sabor
Cria-se a metamorfose em que te transformas
E continuo a desenhar castelos
Gestos imaginários de construção
Um soldado raso com os seus martelos
Martela sonhos em vão
Num longo inverno me tornei
Não entra um raio de luz
E com o ódio mastiguei
Todo o amor que se produz
Autor: The Ugly
Estes olhos que só vêem o chão
Cego de amor vi-te chorar
E a voz que não sai desta prisão
Fiz-me forte e enchi o peito
A coragem de um leão
Dirigi-me ao teu leito
E logo veio a desilusão
Imaginamos o sucesso
Escrito na pena da imaginação
Tu logo puseste de regresso
O sonho deste pobre refrão
Tão depressa acende-se a luz
Como caímos no desamor
Num ápice um sorriso seduz
Como provoca desilusão e dor
Julgamos nunca conhecer o amor
Mas o amor tem muitas formas
Misturam-se sentimentos alterando o sabor
Cria-se a metamorfose em que te transformas
E continuo a desenhar castelos
Gestos imaginários de construção
Um soldado raso com os seus martelos
Martela sonhos em vão
Num longo inverno me tornei
Não entra um raio de luz
E com o ódio mastiguei
Todo o amor que se produz
Autor: The Ugly
Subscrever:
Mensagens (Atom)