sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Desencontros..

  • Uma rapariga no auge da sua fonte
  • quis morrer por amor
    decidiu saltar do cimo de uma ponte
  • e prepetuar a sua dor
  • Foi grande o desamor
  • que se lhe assolou na alma
  • o discernimento desfez o turpor
  • do luto da inocente calma
  • Um dia perdido de amores
  • um rapaz fez as malas
  • e fez-se pastor pelos montes e flores
  • maldizendo das escaldantes balas
  • Disse que nunca mais iria amar
  • daqui pra frente era a reclusão
  • ninguém mais o ouviu cantar
  • os versos da exaltada paixão
  • Os dias mergulham lentamente
  • em caixas de linho
  • e os passaros que deslizam suavemente
  • desafiam o seu caminho
  • E a um dado momento
  • cruzam-se dois desconhecidos
  • uma que cai do alto do seu descontentamento
  • outro que padece de amores sofridos
  • O corpo inanimado
  • estarrecido permaneceu a olhar
  • graças ao momento consagrado
  • pela primeira vez começou a rezar
  • Tinha o coração partido
  • mas vendo toda aquela beleza
  • nada antes havia atingido
  • até conter aquela grandeza
  • Autor: The Ugly

terça-feira, 6 de outubro de 2009

O medo contido!!


Fiz-me à poeirenta estrada
ainda jovem e destemido
refiz-me da condescendente pedrada
às cavalitas do outrora medo contido

Pensei dar-te a lua
mas ela não quis descer
no meu quarto vi-te nua
fechei o olhos pra não esquecer

A bala rasgou os céus
dando asas à aurora
e do fundo dos chapéus
quantas mortes a mulher chora?

Entorpecido pela opressão
rascunho uns versos
é a minha ultima citação
pra chorar dos meus sucessos

Eu nunca tive esse prazer
de falar em dias felizes
nem um par de calças a condizer
era o mais triste dos petizes

Tinha um diamante em bruto
foi um sinal de prosperidade
exultei pelo maduro fruto
troquei a fortuna pela liberdade

Um chuva que aquecia
uma água que secava
lavei da areia da bacia
e do chão a planta chorava

Dei o peito à bala
e fui ferido de amor
é uma chaga que não cala
a verdade do dissabor

Autor: The Ugly